O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno do desenvolvimento neurológico caracterizado por déficits persistentes na comunicação verbal e não verbal, na capacidade de demonstrar reciprocidade emocional e de efetuar a interação social de forma funcional, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, interesses restritos, inflexibilidade cognitiva com padrões ritualísticos e insistências nas mesmas coisas, além de alterações na percepção sensorial.
Os sintomas do autismo devem estar presentes já nos primeiros anos de vida, porém a
depender da gravidade e da demanda social os sintomas típicos podem não ser
reconhecidos pelos pais/cuidadores da criança e somente serem evidenciados após a
primeira infância. Logo, não é correto dizer que a criança se tornou autista após uma certa
idade, e sim que recebeu o diagnóstico naquele momento, mas os sintomas já deveriam
estar presentes nos primeiros anos de vida. Neste sentido, adultos que ainda estão em
investigação clínica terão maior dificuldade para conclusão do diagnóstico, visto que
necessariamente será preciso ouvir o relato de alguém que tenha acompanhado a sua
infância, ou então que seus sintomas sejam muito evidentes.
É importante observar que apesar do espectro de gravidade e da combinação de sintomas
variarem significativamente de pessoa para pessoa, segundo o DSM-V (manual diagnóstico
e estatístico de transtornos mentais), para um paciente receber o diagnóstico de autismo
necessariamente deverá apresentar todos os 3 critérios relacionados à comunicação e
interação social e pelo menos 2 dos 4 critérios relacionados ao comportamento. Portanto,
não podemos confundir a presença de traços autísticos na personalidade de um indivíduo
com o diagnóstico de autismo.
Muitas pessoas podem reconhecer traços de autismo em si ou em algum ente próximo ou amigo, porém é preciso ter cautela, pois além de ser necessário apresentar todos os critérios mencionados acima, estes mesmos sintomas devem causar impacto funcional na vida diária do indivíduo, assim como não poderão ser melhor explicados por outra condição neurológica ou psiquiátrica, visto que alguns comportamentos presentes no critério diagnóstico de autismo são comumente encontrados
em outras condições como deficiência intelectual, transtorno global do desenvolvimento e
até mesmo em pacientes com depressão, esquizofrenia ou outros transtornos de
personalidade. Dessa forma, é importante que a avaliação seja feita por neurologista ou
psiquiatra experiente, o qual poderá compreender de forma mais aprofundada se as
características apresentadas por aquele paciente são realmente oriundas do transtorno do
espectro autista. Felizmente muitas pessoas que percebem sintomas de autismo em si ou
em um familiar/amigo, na verdade reconheceram apenas traços de personalidade autística,
mas não possuem todos os critérios diagnósticos para TEA.
Em uma avaliação com um especialista, é comum que durante a coleta da história com o
paciente o médico já esteja observando o seu comportamento, sua forma de interagir, de
demonstrar emoções, de olhar e de falar. Quanto mais espontâneo o paciente for no momento da avaliação, mais confiável será a impressão clínica identificada pelo médico.
Apesar disto, nos casos em que uma primeira entrevista e exame clínico não for suficiente
para o médico confirmar o diagnóstico, ele pode solicitar a complementação da investigação
com testes neuropsicológicos direcionados. Estes testes irão reforçar ou tornar menos
provável o diagnóstico, porém isoladamente não são suficientes para confirmação de
nenhum transtorno e não devem ser realizados antes da avaliação médica. O diagnóstico
de autismo portanto é feito apenas pelo médico, e as avaliações complementares podem ou
não auxiliar nesse processo.
A causa exata do autismo ainda não é totalmente compreendida, mas evidências científicas sugerem uma forte contribuição de fatores genéticos e epigenéticos, os quais levam a alterações na expressão do DNA ainda nas primeiras etapas da vida fetal, e consequentemente a alterações nas redes neurais envolvidas no desenvolvimento da linguagem e seu uso social e emocional, assim como na sua interligação com redes neurais que processam as informações visuais. O fator genético pode ser demonstrado pela maior ocorrência do autismo entre irmão gêmeos idênticos, assim como entre parentes de primeiro grau.
A idade materna (35) e paterna (40) também é um fator de risco conhecido, não só para autismo, mas também para outras doenças com contribuição genética. Alguns estudos também demonstraram pequeno aumento do risco de autismo para os filhos de mães com diabetes gestacional ou pré-eclampsia, assim como para recém nascidos com prematuridade ou baixo peso.
De modo geral, os exames solicitados pelo médico visam afastar outras condições clínicas que possam cursar com sintomas semelhantes ao autismo assim como tentar identificar variantes genéticas que possam ser responsável pelo TEA.
INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL
Terapias comportamentais, como ABA (Análise do Comportamento
Aplicada), visam melhorar habilidades sociais, comunicativas e reduzir comportamentos problemáticos.
TERAPIA DA FALA E LINGUAGEM
Ajuda a melhorar a comunicação verbal e não verbal.
TERAPIA OCUPACIONAL
Foca no desenvolvimento de habilidades motoras e na promoção da independência nas atividades diárias.
EDUCAÇÃO ESPECIALIZADA
Programas educacionais adaptados para atender às necessidades específicas de crianças com autismo.
MEDICAMENTOS
Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas específicos, como hiperatividade, agressividade ou irritabilidade.
Se você suspeita que seu filho ou familiar apresenta sintomas de autismo ou se busca orientação sobre o tratamento do autismo, agende uma consulta. Assim poderemos retirar todas as dúvidas, sem pressa, com confiança e responsabilidade de que o melhor será feito para sua criança. Entender o autismo é o primeiro passo para proporcionar o melhor
tratamento possível.
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