A Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) é uma condição inflamatória e desmielinizante, rara, que afeta o sistema nervoso central. É mais prevalente em crianças e pode surgir como uma resposta imunológica principalmente após infecções em paciente geneticamente susceptíveis. Apesar da descrição de casos após vacinação, essa causa é extremamente rara e não deve comprometer a realização do calendário vacinal das crianças.
Os sintomas da ADEM costumam se manifestar no decorrer de poucos dias, sendo o determinante para seu diagnóstico a presença de encefalopatia, ou seja, alteração do estado de alerta do paciente com flutuação entre a vigília, sonolência e até o coma, associado a confusão mental ou mudança de
humor sem motivo aparente, principalmente com irritabilidade excessiva. Outros sinais podem incluir perda de força localizada em um único lado do corpo ou nas 2 pernas, assim como dor de cabeça, náuseas, vômitos, e, em casos mais graves, convulsões e perda visual. É importante ressaltar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e se agravar rapidamente em poucos dias.
Apesar da gravidade, na maioria dos casos o curso da doença é monofásico, ou seja, não volta a se repetir após o tratamento inicial.
O diagnóstico da ADEM é feito com base principalmente na história clínica e nos sintomas relatados pelo paciente, associados a alterações específicas vistas em exames de imagem do encéfalo como a ressonância magnética. Outros
exames também podem ser solicitados para complementar a investigação, como exames de sangue e punção lombar, que ajudarão tanto aumentando o grau de suspeição do diagnóstico de ADEM como para descartar outras condições com sintomas semelhantes, como meningoencefalites
infecciosas ou outras doenças desmielinizantes do sistema nervoso central.
A Encefalomielite Disseminada Aguda costuma surgir após infecções virais ou bacterianas, como gripe, hepatite A, hepatite B, entre outras. Pensa-se que a reação imunológica desencadeada pelo vírus seja a responsável pela inflamação característica da ADEM.
O tratamento é realizado em ambiente hospitalar e consiste na administração de corticosteroides intravenosos para reduzir a inflamação do sistema nervoso central. Em alguns casos, podem ser utilizadas a plasmaférese ou terapia com imunoglobulina humana intravenosa, especialmente se os
corticosteroides não apresentarem os resultados esperados.
É importante ressaltar que o prognóstico da ADEM pode variar de pessoa para pessoa. A maioria dos pacientes apresenta melhora significativa dos sintomas após alguns dias de tratamento, porém, em casos mais graves, podem ocorrer complicações persistentes, como fraqueza muscular, comprometimento da visão e função mental.
Se você ou alguém que você conhece apresenta sintomas
sugestivos de ADEM, não hesite em procurar um neurologista
especializado para avaliação e manejo adequados.
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